A
solenidade foi realizada na Câmara Municipal e contou com a presença do
presidente Conrado Scheller, dos vereadores Cecílio Araújo (autor da
proposição), Alzira da Farmácia, Irineu Defende, Ivani da Unidefi, Zezinho da
Ração, Junior Felix, Mario Som e Osvaldo do Ana Rosa, além do prefeito João
Pavinato, do padre Amaury José Domingues, da Irmã Aparecida de Lourdes Arado,
que representou a superiora geral das Missionárias Claretianas, lideranças
comunitárias de Cambé e outras cidades da região.
Aparecida Jardini entrou para a Congregação das
Claretianas aos 26 anos de idade. Hoje, aos 69, a irmã tem convicção de que
ajudar o próximo é uma forma de ter Deus como absoluto em sua vida. “A gente se
sente feliz quando faz alguma coisa boa para alguém”, diz ela, que está em Cambé
há mais de seis anos.
Desde quando entrou para a congregação, irmã Jardini –
como é mais conhecida – sempre teve preferência por trabalhar com os mais
necessitados. Formou-se freira pelo Instituto Coração de Maria, em Londrina, e
fez estágio num orfanato de São Paulo para crianças excepcionais.
A atuação
da irmã na evangelização também atravessou fronteiras. Nas décadas de 70 e 80,
atuou em países africanos como a Costa do Marfim e o Gabão, onde permaneceu por
oito anos. “Lá coordenei uma pastoral trabalhando sempre na evangelização e na
promoção humana”, conta a irmã, que ao voltar para o Brasil permaneceu por
alguns anos no interior de São Paulo.
Na década de 90, de volta a Londrina,
trabalhou na Casa do Bom Samaritano e no Instituto Pio XII, além de dedicar nove
anos de sua vida à Paróquia São José, no distrito londrinense de Paiquerê.
ALCOÓLATRAS
A experiência no Bom Samaritano foi importante para que a
irmã assumisse a coordenação do abrigo cambeense. Convivendo com moradores de
rua, em sua maioria alcoólatras, a religiosa tem sempre uma palavra positiva
para aquelas pessoas que já perderam os objetivos de viver. “Muitos já não sabem
mais nem administrar a própria vida. É preciso resgatar o valor à vida e à
família”, diz.
Para ela, o albergue de Cambé presta um trabalho muito
importante, embora há necessidade de ampliar. “O pouco que a gente faz já deixa
essas pessoas agradecidas. É muito bom a gente ver quem estava na rua sair daqui
de banho tomado, alimentado e com unhas e cabelos cortados. Alguns são
encaminhados para tratamento de saúde e de alcoolismo, quando querem parar com a
bebida”, diz a irmã, acrescentando: “Isso que fazemos é pouco, mas o pobre é uma
pessoa agradecida”.
Na sua experiência de vida, irmã Jardini faz um apelo à
sociedade para que não dê esmola aos moradores de rua. “Muitos pedem dinheiro
para comer e vão beber. Desta forma não resolvemos a situação, só ajudamos a
empurrar essas pessoas cada vez mais para o alcoolismo. Quem quiser ajudar deve
encaminhar essas pessoas para uma instituição”, orienta.
A religiosa resume
o caminho que escolheu em poucas palavras: “Deus nos deu a vida e os dons. Ser
religiosa é agradecer a Deus por tudo e tentar retribuir um pouco pelo muito que
recebemos. Toda missão tem os seus desafios, quer seja na família ou na vida
religiosa, mas com fé, coragem e determinação, a gente consegue vencer esses
obstáculos. Se Deus nos dá uma missão, Ele nos dá a graça para cumpri-la”,
afirma.