Comunidade Surda comemora aprovação de lei inclusiva
Quem assistiu a Sessão de ontem pode sentir “o gostinho” do que deve ser toda sessão a partir do momento em que a Câmara contratar tradutor de LIBRAS para seus eventos. O tradutor e intérprete de LIBRAS, Claudinei Jesus, o Claudinho, participou e traduziu toda a sessão para um grupo da comunidade surda que fez questão de acompanhar a segunda e última votação do projeto de resolução que obriga a presença de um profissional da área em todos os eventos do Legislativo.O projeto foi aprovado por unanimidade.
“Quando a Câmara colocar um intérprete de LIBRAS ela vai ser uma vitrine da importância de promover a igualdade de direitos. E nós esperamos que assim as pessoas comecem a enxergar a comunidade surda como parte da sociedade e se sensibilize para a inclusão”, afirmou Ellen Affonso Goes, uma das integrantes atuantes do movimento da comunidade surda de Cambé. José Jocy de Campos usou a tribuna Livre para falar dos desafios que as pessoas surdas enfrentam no seu dia-a-dia. Disse da "invisibilidade" dos surdos que não conseguem ser entendidos quando procuram atendimento nos órgãos e redes de atendimento municipais e das dificuldades para encontrar trabalho porquê não há tradutores nas entrevistas.
O vereador Galego, autor da lei que tem a parceria do vereador Tokinho, voltou a falar da importância da inclusão e ressaltou que este é o primeiro passo de um trabalho de conscientização a favor da comunidade surda de Cambé. “Quando eu fui procurado para representar a comunidade na Câmara não conhecia as dificuldades e sofrimento vivido pelos surdos em todas as áreas. Hoje estou aprendendo e estou empenhado na mesma luta deles: inclusão, respeito, igualdade e garantia de direitos”, resumiu
O próximo passo, contou o tradutor Claudinei, é a reativação da Associação dos Surdos de Cambé que está parada há muitos anos. Ele explica que o objetivo é criar uma estrutura de apoio para a comunidade surda onde além de orientação ela possa encontrar também tradutores de LIBRAS que ajudem em momentos de necessidade. Hoje, diz, as pessoas surdas precisam ir a Londrina para obter ajuda.