Câmara poderá ter intérprete de LIBRAS
O projeto de Lei de Resolução número 2/2021 torna obrigatória a presença de intérprete da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) em todas as sessões, audiências públicas, eventos e solenidades da Câmara. E ontem ele conseguiu unanimidade entre os vereadores, sendo aprovado em primeira votação na primeira sessão ordinária do ano.
“Acompanhar os trabalhos e ações do Legislativo é um direito de todos, mas que vinha sendo negado à comunidade surda por falta de um intérprete de LIBRAS. Quando a Câmara decide se tornar acessível à comunidade surda está apenas fazendo justiça ao garantir o exercício de cidadania destas pessoas que vivenciam a exclusão todos os dias”, defendeu o vereador Galego Proença Farias, autor do projeto.
O vereador Jota Mattos elogiou a iniciativa do vereador e lembrou que no segundo semestre do ano passado a prefeitura, através da Secretaria do Trabalho, criou um curso de LIBRAS e convidou os servidores a participarem. “Sei que esta iniciativa nasceu de conversas com o prefeito e os vereadores Galego e Tokinho e que este projeto é mais uma importante conquista”, parabenizou.
O vereador Tokinho que participa como parceiro no projeto explicou que há várias gestões o legislativo vem lutando para melhorar a acessibilidade da comunidade surda. “Mas só agora com este projeto do colega vereador estamos conseguindo avançar e acredito que isto é só o começo de conquistas ainda maiores”, disse.
O presidente da Câmara, vereador Dr. Fernando Lima explicou que a implantação do serviço de intérprete é complicado. “A aprovação do projeto é o primeiro passo, e eu me comprometo a trabalhar para que ele se transforme em realidade o quanto antes”, afirmou.
Mais avanços
Claudinei Jesus, tradutor de LIBRAS, comemorou a aprovação do projeto. “Esta lei é um grande marco para a comunidade surda de Cambé. Os vereadores saem na frente dando exemplo de inclusão e respeito a esta comunidade”, disse. Para ele a falta de intérpretes de LIBRAS nos setores públicos de Cambé evidencia um “abandono” das pessoas surdas.
“Sem conseguirem ser entendidas as pessoas surdas perdem mobilidade e tem seu atendimento nos serviços públicos prejudicado”. Acrescenta que isto não acontece só no serviço público e que, frequentemente, as pessoas surdas se veem impedidas nos seus direitos mais básicos como acesso a vagas de trabalho por falta de intérpretes. “Existem leis que protegem o cidadão surdo mas que não são colocadas em prática. Há muito para mudar ainda”, defende.